Treinamento de força e flexibilidade


Muitas concepções errôneas ainda persistem entre treinamento de força e flexibilidade. Vários treinadores e atletas acreditam que os ganhos de força podem limitar ou impedir flexibilidade, ou que os ganhos substanciais na flexibilidade podem ter um efeito nocivo ou deletério sobre a força. Contudo, esta assertiva ainda não está totalmente clara, mas acredita-se que os exercícios de alongamento devem ser desenvolvidos juntamente com exercícios de força, pois parece ser um equívoco tornar um grupo muscular forte para somente depois desenvolver a sua flexibilidade articular (ACHOUR JR., 1998).
Estudos realizados por TRASH & KELLY apud FLECK & KRAEMER (1999) foram conclusivos no sentido de que um programa de treinamento com pesos para desenvolver a força muscular não prejudica a flexibilidade. Ao contrário, o alongamento pode até aumentar a amplitude de determinados movimentos, considerando que a flexibilidade não é uma condição geral, mas sim específica de cada articulação (BARBANTI, 1996).
Nesse sentido, é importante salientar que a força apresenta aspectos positivos e negativos para com a flexibilidade, pois um músculo hipertrofiado tem o poder de alongamento proporcional ao de um músculo que não apresente os mesmos níveis de hipertrofia. Entretanto, freqüentemente ocorre, através do treinamento, o aumento da força com um proporcional aumento do tônus muscular, podendo vir a prejudicar mais adiante a flexibilidade. Neste caso, a hipertrofia excessiva, que aumenta as superfícies de contato entre músculos e pele, pode limitar, em algum momento, a flexibilidade e conduzir a diminuição dos seus níveis. Por outro lado, ALTER (1999) defende que o tamanho de um músculo tem pouco ou nada a ver com a flexibilidade, pois se o treinamento de força for adequadamente conduzido, ele pode ajudar a aumentar a flexibilidade.

BEEDLE, JESSEE & STONE (1991) encontraram diferenças no grau de flexibilidade relacionadas ao tipo de programa de treinamento realizado. Os resultados demonstraram que os levantadores olímpicos tiveram um aumento no tamanho dos músculos limitando apenas parcialmente a amplitude de movimentos. Assim, a massa muscular só limita a flexibilidade no aspecto mecânico, mas apenas quando a hipertrofia alcança níveis muitos elevados (GUEDES JR., 1998) ou quando o indivíduo tem excesso de gordura corporal (ACHOUR JR., 1998).
É inegável que uma musculatura alongada e junções ósseas mais amplas oferecem vantagens no rendimento, principalmente quando os desempenhos dependem fundamentalmente de grandes amplitudes articulares, como no caso da ginástica olímpica ou salto em altura. Uma musculatura que apresenta um bom alongamento (extensibilidade) tem potencializado o seu transporte de fluidos e sua capacidade mecânica de realizar contrações, permitindo um aproveitamento mais econômico da energia. Desse modo, a musculatura passa a ser mais resistente às lesões, comprovando assim a importância dessa capacidade motora no campo do desempenho físico (RODRIGUES & CARNAVAL, 1985).






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