O treinamento da flexibilidade e os exercícios de força


O homem perde o nível de flexibilidade muscular, bem como a capacidade de continuar o seu desenvolvimento com o passar dos anos, uma vez que a flexibilidade aumenta ou se mantém até os 10 a 12 anos de idade para ambos os sexos, quando começa a diminuir seus níveis. Esses resultados são observados em indivíduos sedentários, pois em indivíduos treinados se consegue aumentos em praticamente qualquer idade (MAZZEO, 1998; RODRIGUES & CARNAVAL, 1985).

Para desenvolver a flexibilidade, deve-se recorrer a exercícios que permitam ao indivíduo assumir posições em que as articulações envolvidas alcancem amplitudes maiores do que a que estão habituados, numa situação em que os músculos se mantenham de maneira estática por algum tempo. Como norma geral, essas posições devem ser assumidasmediante a realização de movimentos suaves e lentos, mobilizando vagarosamente cada articulação em sua amplitude máxima de movimento (DOMINGUES, 1985), ou ainda procurando produzir, nos músculos submetidos ao processo de alongamento, gradativa e moderada sensação de desconforto ocasionada pelo seu maior estado de extensibilidade (GUEDES JR., 1998).

O tipo de estímulo mais adequado para o treinamento da flexibilidade é o estático, pois é adequado para a manutenção e aperfeiçoamento da qualidade de movimento. Deve ser realizado até o ponto de leve desconforto e, então, ser mantido na posição por um tempo superior a aproximadamente 15 segundos (MONTEIRO, 2000). O tempo de permanência nos exercícios de alongamento variam muito, podendo ser de poucos segundos a vários segundos. Segundo ANDERSON (1985), quanto maior o tempo de permanência nos exercícios de alongamento, maior será seus efeitos. Muitas variações na quantidade de tempo foram propostas, podendo variar em até 60s. O mais comum entre todos os autores é que o alongamento varie de 10 a 30 segundos (FLECK & KRAEMER, 1999).
Segundo ALTER (1999b), é difícil alguém manter o alongamento por mais de 30 segundos com a mesma eficiência e sem que sinta dores. O desconforto e a dor causada pela grande tensão pelo tenso de sustentação do movimento são incômodos a ponto do individuo não suportar até o final do exercício. O tempo de permanência em cada exercício deverá ser estritamente individual e adaptado para a capacidade de rendimento de cada individuo (MANNO et al., 1939).
Os exercícios de alongamento não precisam perdurar muito tempo, quando tem como objetivo o treinamento de força, pois podem causar uma fadiga muscular excessiva, prejudicando o treinamento principal. Assim como um treinamento excessivo de força pode afetar negativamente os níveis de flexibilidade, também um treino excessivo de flexibilidade pode prejudicar o treinamento de força.
Nesse sentido, uma melhora dos níveis de flexibilidade sobre o treinamento de força requer atenção sobre alguns erros comuns, tais como: técnica indevida nos exercícios de alongamento; carência de exercícios de alongamento compensatórios após os exercícios.

físicos; excesso de força e insuficiência de flexibilidade ou fraqueza com muita flexibilidade; dispensa de aquecimento antes de treinamento e retorna ao treinamento antes da cura total de uma lesão (ACHOUR JR., 1998).
Um método comum e distinto que deveria ser empregado na maioria dos programas de força, para manutenção ou aumento da flexibilidade, é um programa de aquecimento e desaquecimento, com exercícios de flexibilidade inclusos. Podendo ser definido como um programa de exercícios planejado, e regularmente feito antes e depois de uma atividade de força, para aumentar o desempenho ou reduzir o risco de lesões na atividade (ALTER, 1999a).
Os exercícios de flexibilidade deveriam ser realizados no mínimo três vezes por semana, para ocasionar uma melhora significativa na flexibilidade; apesar de ser recomendada sua inclusão no momento do aquecimento e do resfriamento de cada sessão dos exercícios aeróbios e de força/resistência muscular (GUEDES & GUEDES, 1998; MONTEIRO, 2000).

Biografia da Fonte

MONTEIRO, A.G. Treinamento personalizado: uma abordagem didático-metodológica. São Paulo: Phorte, 2000.
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