Suplementos alimentares, como Jack3D,
Oxy Elite Pro e Lipo-6 Black, podem causar graves danos à saúde, alerta a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em informe publicado nesta
terça-feira.
De acordo com o alerta, alguns desses suplementos contêm
ingredientes que não são seguros para o consumo como alimentos ou contêm
substâncias com propriedades terapêuticas, que não podem ser consumidas sem
acompanhamento médico. Os agravos à saúde humana podem englobar efeitos
tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares,
alterações do sistema nervoso e, em alguns casos, levar até a morte.
“O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos
contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que desconhecem
o verdadeiro risco envolvido”, afirma o diretor de Controle e Monitoramento
Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares. O alerta da Anvisa ressalta, ainda,
que muitos desses suplementos alimentares não estão regularizados junto à
Agência e são comercializados irregularmente em nosso país.
Segundo o diretor da Anvisa, são produtos fabricados a partir de ingredientes
que não passaram por avaliação de segurança. “Esses suplementos contém
substâncias proibidas para uso em alimentos como: estimulantes, hormônios
ou outras consideradas como doping pela Agência Mundial Antidoping”, explica
Álvares.
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde, por meio da Rede de Autoridades
em Inocuidade de Alimentos, alertou que vários países têm identificado efeitos
adversos associados ao consumo da substância dimetilaminantipirina (DMAA), presente
em alguns suplementos alimentares. O DMAA é um estimulante usado,
principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento do rendimento atlético e
como droga de abuso.
Essa substância, que tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso
central, pode causar dependência, além de outros efeitos adversos, como
insuficiência renal, falência do fígado e alterações cardíacas, e pode levar a
morte. Alguns países já proibiram a comercialização de produtos que contém
DMAA, como Austrália e Nova Zelândia.
“O DMAA tem sido adicionado indiscriminadamente aos suplementos alimentares,
apesar de não existir estudos conclusivos sobre a sua dose segura”,
afirma Álvares. No Brasil, o comércio de suplementos alimentares com DMAA
também é proibido.
Na última terça-feira, a Anvisa incluiu o DMAA na lista de substâncias
proscritas no país, fato que impede a importação dos suplementos que contenham
a substância, mesmo que por pessoa física e para consumo pessoal. Entre os
suplementos alimentares que possuem DMAA estão: Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6
Black, entre outros.
Brasil
No Brasil, alimentos apresentados em
formatos farmacêuticos (cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a
serem ingeridos em dose) só podem ser comercializados depois de avaliados
quanto à segurança de uso, quando se considera eventuais efeitos adversos já
relatados. Além disso, precisam ser registrados junto à Anvisa antes de serem
comercializados.
De acordo com o diretor da Anvisa, produtos conhecidos popularmente como
suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações
terapêuticas. “Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou
tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de
massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais
e podem conter substâncias não seguras para o consumo”, alerta Álvares.
Para quem faz uso de suplementos, a Anvisa dá algumas orientações: solicite
auxílio de seu nutricionista ou médico para a identificação de produtos seguros
e regularizados; desconfie se o produto for “bom demais para ser verdade”! Ter
um corpo definido e emagrecer nem sempre é rápido ou fácil, principalmente de
forma saudável; consumidores que adquiriram produtos que contém DMAA na
composição devem buscar orientação junto à autoridade sanitária local sobre a
destinação adequada dos mesmos. Outras informações podem ser obtidas junto à
Central de Atendimento da Anvisa: 0800 642 9782.